sexta-feira, 26 de março de 2010

trecho do livro A MULHER SEM NOME de JESSICA LOGAN

Sally mal ouvia o que ele estava dizendo. Era toda coração. Não conseguia se concentrar em nada que não fosse seu profundo amor por ele. David respirou fundo e jogou no prato o sanduíche que nem tinha mordido. Fechou os olhos um momento. Sally se imobilizou quando ele os abriu de novo, tomada pela paixão daquele olhar escuro. — Quero que faça uma coisa para mim — ele sussurrou sedutor, exigente, mandão, ajoelhando-se ao lado dela. — Quero ver você, cara mia. Inteira. Agora.Sem esperar permissão, começou a despi-la. Sally estremeceu de prazer e ansiedade enquanto ele tirava suas roupas com grande delicadeza, murmurando coisas para acalmá-la.E, quando ela se ajoelhou nua diante dele, o sol beijando delicadamente as curvas de seu corpo, sentiu um outro calor, interior, corar toda sua pele, enrijecendo os bicos de seus seios firmes. David explodiu de desejo.Tocou-a, os olhos ardentes brilhando no rosto moreno. Puxou-a para si, explorando com as mãos os contornos daquele corpo, procurando com os lábios os centros de prazer erótico.Sally ficou louca com o encantamento daquela sensualidade. Sentia o corpo como uma chama entre as mãos dele. Movia-se com uma alegria nova, desconhecida, atenta apenas ao homem que a tocava, satisfazendo um desejo tão grande que a deixava cega para o sol, para a terra, para tudo que não fosse aquele toque.David movia-se com ela, seu corpo soberbo inteiramente controlado, as mãos e os lábios cheios de uma sabedoria velha como o mundo. A pele dele parecia um veludo quente tocando o fogo da dela.Ele controlava todos os movimentos de Sally, controlando sua própria paixão, abrindo caminho para a plenitude.Sally deu um grito de dor quando ele completou a união de seus corpos, mas imediatamente se viu dominada por um mar dourado de prazer, seu corpo um instrumento da satisfação. O grito ficou esquecido. Ela não tinha entendido a razão da dor. E agora não era hora de buscar na sua memória tão vazia.O céu e a terra se misturavam nos maravilhosos perfumes da primavera nascente. Tudo fazia parte daquele êxtase perfeito. Vagamente, ela notou que seu marido se imobilizou de repente, mas era tão aguda a alegria daquele instante que ela resolveu não prestar atenção e abandonar-se à beleza da união com ele, à languidez do abraço de depois do amor, que empalidecia todo o resto do mundo.Mas não foi assim para David. Um soluço brotou de sua garganta quando ele afastou o rosto para examinar atento a mulher abandonada em seus braços. Seu rosto empalideceu e a seriedade de sua expressão lutava com a felicidade conquistada.Sally o abraçou mais forte quando ele fez menção de se levantar.— Amo você, David. Não vá embora.— É preciso — ele disse.Ajoelhou-se, envolveu-a no cobertor sobre o qual estavam deitados e abraçou-a com força, os olhos atormentados.— Oh, cara mia! O que foi que eu fiz? — Havia desespero nas palavras sussurradas.Sally voltou à realidade de chofre. Não conseguia entender a inquietação que via no fundo daqueles olhos negros.— Não sei o que foi — disse, sorrindo, radiante. — Mas posso lhe garantir que foi muito bem-feito, David. Podemos fazer mais?Ele a abraçou com força, afundando o rosto nos cabelos curtos dela, tomado de súbita emoção.Sally ficou imóvel em seus braços, todas as suas células em êxtase. Vibrava de paixão, de desejo, mas não ousava dizer nada para não estragar a perfeição daquele momento.

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