- Tudo o que quero está aqui - repetiu Ráfaga roucamente, de encontro à sua boca, a respiração cálida misturando-se à dela. - Tudo o que jamais poderia desejar encontrei.
Parecia ser a hora. O coração doía de vontade de se dar. Sheila murmurou suavemente:
- Eu o amo.
Como resposta, a pressão dos dedos esguios ao longo da nuca da moça aumentou, puxando-a mais uns dois centímetros para baixo, enquanto a boca se abria sobre os seus lábios. Os sentidos de Sheila foram assaltados pela mistura intoxicante da fumaça aromática do tabaco que se grudava à pele dele e do cheiro almiscarado da sua masculinidade. O beijo cada vez mais íntimo tocou no âmago apaixonado, espalhando um fogo por sob a maciez de seu corpo.
Com êxtase trêmulo, Sheila oscilou sobre a almofada sólida do seu peito, as curvas fartas amoldando-se aos seus contornos musculosos. As mãos agarravam-se à sua caixa torácica, ferozmente possessivas.
A língua separou-lhe os lábios para explorar as cavidades íntimas da sua boca. O desejo se inflamou com um fogo dourado, para correr fervendo pelas veias.
Uma mão no quadril colocou-a bem em cima dele, depois subiu para amoldar-se à parte inferior de um dos seios. Dedos esguios afastaram os cabelos dourados do pescoço, enquanto a boca abria uma trilha incandescente até a concavidade da sua garganta. Ráfaga voltou pelo mesmo caminho, parando a intervalos para mordiscar a curva do seu ombro, o cordão sensível do pescoço, o lobo de uma orelha.
Novamente a boca rija voltou a consumir-lhe os lábios, provando-lhe a doçura e reclamando-os como inteiramente seus. Sheila podia sentir as batidas rápidas do coração dele, uma serenata louca que acompanhava o ritmo do seu próprio pulso acelerado.
Subitamente, Ráfaga deitou-a de lado. Os dedos cuidaram do estorvo dos botões da blusa com uma urgência excitante. Um arrepio de deleite sensual dançou-lhe sobre a pele quando o tecido foi afastado para deixar os seios à mostra. A sensação de frescor foi breve, dissipando-se sob o calor da mão que se fechava sobre a rotundidade firme do seio, que se intumescia ao seu toque.
Sheila enfiou as mãos sob a camisa dele, gozando sem pejo a sensação da pele rija sob o seu toque. O mamilo ficou duro como um pico rosado com a manipulação dos seus dedos. Ráfaga largou-lhe os lábios para investigar o botão erótico com a boca e a língua. Ela estremeceu de desejo. A sensação foi intensificada quando a mão dele lhe correu por cima do estômago nu até a região genital. Os quadris se moveram em reação à sua carícia sugestiva.
Apertando as suas costas contra a grama, os dedos fortes buscaram o fecho da Levi's. Sheila gemeu baixinho, Sem Sentir. Ráfaga hesitou imediatamente. As chamas sensuais que ardiam no seu olhar escuro varreram-lhe o rosto.
- O chão duro está lhe causando dor?
O desejo estava expresso claramente na voz rouca, mas era um desejo que podia controlar. Há muito que Sheila aprendera que a capacidade de controlar-se era uma marca da sua perícia em fazer amor.
- Não. - Murmurou a negativa trêmula, deslizando a mão pela nuca forte dele. - Só o jeito que você me provoca me causa dor.
Os dentes brancos dele apareceram brevemente num sorriso de satisfação e ela baixou a boca sobre os lábios entreabertos.
- É assim mesmo que tem que ser, querida - disse, de encontro aos seus lábios.
Um momento de sanidade dominou-a ao senti-lo abrir o zíper da calça. As mãos empurraram-lhe o peito num débil protesto enquanto torcia a boca, afastando-a.
- Pablo pode ver a gente, Ráfaga - lembrou-lhe, num murmúrio ofegante.
Ele ergueu a cabeça.
- Quer que me afaste de você?
O brilho em seus olhos já antecipava a resposta, antes que Sheila a desse.
- Não - disse, esfregando a face contra o maxilar dele como uma gatinha que desejasse ser acariciada de novo.
- Quer ficar nos meus braços, mas não quer que eu faça amor com você. - Havia uma inflexão irônica no tom de sua voz. - isso não é possível para nenhum de nós.
Afastando-se, Ráfaga agarrou-a pelos pulsos, colocando-a de pé enquanto se levantava. Ela abriu a boca para protestar, mas ele a tomou nos braços, rapidamente. Carregando-a como se não pesasse mais do que uma pena, dirigiu-se para a parede do desfiladeiro, do outro lado do pequeno morro.
- Para onde estamos indo! - indagou Sheila, olhando ao redor, sua visão limitada.
- Para lá - replicou Ráfaga, inclinando a cabeça para um ponto à frente deles.
O destino era uma caverna, aberta na parede rochosa. Parte da entrada estava obscurecida por arbustos. O ângulo da luz do sol afastava grande parte da escuridão. Sheila olhou ao redor, curiosa, notando as marcas do alargamento da entrada, feito por mãos humanas.
Como se tivesse lido a pergunta na sua cabeça, Ráfaga disse:
- Uma família tarabumara viveu aqui, no passado.
Enquanto punha Sheila no chão, ela se esqueceu completamente dos antigos habitantes da caverna. As mãos dele afastaram-lhe a blusa dos ombros, e ela rapidamente tirou os braços das mangas. A sua necessidade tornou-se repentinamente súbita e primitiva, e Ráfaga pareceu sentir o mesmo. O seu beijo firme era um fogo penetrante, exigente e possessivo. A paixão deles era uma erupção vulcânica, o calor incandescente fundindo-os um ao outro.
Quando li esse romance eu deveria ter uns 15 anos, o livro tinha sido lançado pelo circulo do livro, foi tão emocionante, tão sublime, que até hoje me emociono com alguns trechos.
ResponderExcluirÉ uma leitura que meche com os sentidos, nos envolve, se tiver oportunidade leia...
Não se pode ler esse livro sem sentir o corpo aquecer com essas descrições .. o li com vontade de estar no lugar dela de tanta vassidão que descreve as sensações , muito apaixonante esse livro !
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