sexta-feira, 26 de março de 2010

Trecho do livro "Carícia do vento" De Janete Dailey

A beleza máscula dele afastou qualquer outro pensamento da sua cabeça. O olhar ansiava por descer abaixo do nível da água, que ficava na cintura dele. Sheila tremia com o esforço para manter a atenção presa nos pelos crespos do peito.
E então Ráfaga tirou o sabonete das mãos dela.
- É a minha vez - falou com voz suave, roucamente carinhosa.
Ela não tinha força de vontade, ao sentir as mãos dele tocarem a pele nua dos seus ombros. A espuma sendo espalhada pelo corpo macio era um estimulante erótico aos sentidos que já estavam excitados pela masculinidade dele.Quando lhe segurou os seios, Sheila sentiu seus mamilos endurecerem na palma das suas mãos. A massagem feita pelos dedos fortes acendeu um fogo na sua genitália, um desejo incandescente de conhecer a posse integral por parte dele.Uma das mãos deslizou pelas costas, abaixo da linha da água, enquanto a outra continuava a acariciar-lhe sensualmente o seio. A flutuabilidade da água fazia Sheila se sentir como se estivesse boiando, encostada nele. A mão desceu mais ainda, para se espalmar sobre as nádegas macias dela. Ao ser erguida contra o corpo dele, Sheila sentiu a rigidez máscula do seu desejo.
Uma leve resistência se manifestou, e ela apertou as mãos contra o peito dele. A boca do homem se abriu sobre seus lábios, saboreando ao máximo sua doçura. Ela sentiu um ronco nos ouvidos ante a perícia exigente do beijo. No entanto, de alguma maneira, Sheila conseguiu se agarrar à sua frágil resistência.
Enquanto os lábios se abriam sob as ordens da língua exploradora, manteve o resto do corpo rígido ao contacto dele. Podia sentir as batidas do coração dele sob suas mãos, e a rigidez dos músculos que poderiam tão facilmente dominá-la, mas não o fizeram.
- Não feche as pernas para mim, Sheila - sussurrou com voz rouca contra seus lábios.
Parecia tão sem energia, tão desligado de qualquer outra coisa que não fosse a sua paixão que Sheila teve que objetar ao que exigia dela.
- Não.
O protesto foi abafado pela posse incessante dos lábios másculos.
- Abra-as - ordenou Ráfaga.
O braço que semi-envolvia as suas costas fez maior pressão e ela obedeceu de bom grado, e foi erguida para receber a arremetida dos seus quadris. O débil gemido de satisfação que soltou a contragosto foi bloqueado pela língua exploradora dele. A água batia contra a pele dela, mas não conseguia debelar o fogo da paixão deles, que agora ardia como uma só chama. Os dedos dela se enroscaram nos cabelos grossos e pretos dele, enquanto tremores orgásticos percorriam o seu corpo. Era como afogar-se e depois vir à tona velozmente até novas e eletrizantes alturas.Sem pensar em nada, sem ter consciência do tempo ou do local, Sheila deixou que ele a levasse aos píncaros desconhecidos do desejo. Parou de pensar em Ráfaga como seu captor implacável. Jamais sonhara poder entregar-se com tal abandono, nem querer receber com tanta ansiedade egoísta tudo o que lhe era dado.Quando as chamas finalmente se extinguiram, Sheila levou diversos minutos até conseguir abrir caminho por entre a escuridão. Abrindo os olhos tontos de paixão, viu Ráfaga observando-a preguiçosamente. Mentalmente, admitiu que ele era dono do seu corpo e alma, e se deu conta, com fatalismo, de que ninguém mais teria tanto poder sobre a sua carne e espírito.

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