domingo, 5 de junho de 2011

trecho do livro DESEJO ADORMECIDO de Carole Mortimer




Matthew vestia um robe preto, quando ela saiu do banheiro numa camisola azul. Os olhos dele se estreitaram, mas não disse nada e foi para o chuveiro.
Jéssica suspirou, aliviada, e foi arrumar as roupas no armário.
Como ia enfrentar tudo? Tinha que estar preparada, era a mulher de Matthew agora: Tinha esse dever, mesmo que não o amasse. O quarto estava escuro quando ele saiu do banho, pouco depois.
— O que é isso? — Acendeu um pequeno abajur. — Jéssica? — chamou baixinho.
Ela o olhou, debaixo das cobertas.
— Sim?
— Você não ia pegar no sono antes de eu voltar, não é?
— Não, claro que não. Eu só… Eu não… Não.
Ele sentou-se na cama, ao lado dela, e carinhosamente arrumou seus cabelos no travesseiro. Ela estava completamente sem maquiagem com um rostinho de menina. Para o homem que a observava naquele momento, pareceu a coisinha mais vulnerável do mundo.
Jéssica também estava consciente da presença dele, de seu corpo forte ceberto apenas por uma toalha, do peito bronzeado, dos braços musculosos e da suavidade daquelas mãos.
— Jéssica! — murmurou, perdendo o controle e tomando-a nos braços. — Quero que me ame, querida. Vamos nos amar!
Era a primeira vez que mencionava o amor, mas Jéssica sabia que estava se referindo ao amor físico, apenas. Para ela, esse era um amor ainda mais difícil de corresponder. Tinha amado Andrew, mas nunca sentiu prazer físico com ele. Que chance tinha o casamento com Matthew de dar certo; sem satisfação física nem emocional?
— A luz — pediu. — Por favor, apague a luz.
— Não fique envergonhada. Quero olhar para você. — Com delicadeza, tirou sua camisola. — Deus sabe que você não tem nada de que se envergonhar — sussurrou, inclinando-se e procurando seus seios.
Jéssica estremeceu, ao contato dos lábios. Andrew nunca tinha dado atenção aos seios; não perdia tempo com preliminares. A não ser quando amamentou Penny, os seios de Jéssica nunca tinham sido tocados. Mas Matthew parecia querer conhecer cada centímetro de seu corpo, e algumas intimidades a deixavam embaraçada.
— Também quero receber carinho — ele pediu. Os dois estavam nus, e sua pele queimava a dela, muito branca junto ao corpo bronzeado.
— Eu… eu não…
Ele guiava a mão dela pelo corpo, com estremecimentos de prazer que demonstravam o quanto sentia seus carinhos.
Gostou de ser conduzida, porque não sabia como agradá-lo. Andrew sempre parecia atingir o prazer apenas subjugando-a. Matthew queria conhecê-la inteira, fazendo seu corpo conhecer o dele também. Quando sentiu que o marido se aproximava do prazer final, ficou feliz por ele gostar tanto de fazer amor com ela, sem esperar que sentisse o mesmo.
— Está pronta agora, amor? — Matthew murmurou, agoniado. — Não agüento esperar muito mais eu… não agüento mais!
Jéssica continuou abraçada a ele, apertando-o com força. Mas, quando Matthew perdeu o controle, as lágrimas rolaram pelo rosto dela. Novamente, não atingira o prazer.
Matthew respirava pesadamente e levou alguns segundos para conseguir falar. Rolou na cama conservando-a em seus braços, com a cabeça apoiada em seu peito.
— Eu não agüentei esperar. Sinto muito, querida. Na próxima vez, serei mais paciente. Esperei tanto por este momento, que fiquei louco!
Dormiram durante algum tempo. Jéssica acordou com as mãos dele em seu corpo e sentiu-se tensa com seus carinhos, mais uma vez. Matthew murmurava em seu ouvido, e novamente ela ficou feliz em vê-lo sentir tanto prazer.