Era impossível resistir, impossível controlar a avalanche de desejo que a subjugava. Ela não sabia como Domenico mantinha o controle, que implacável domínio tinha sobre sua paixão, que não arrancava as próprias roupas e não se jogava sobre ela, aliviando-lhe a fome do corpo com o calor acolhedor do dela.
Porque ele estava faminto por ela. Como podia não estar, quando a clara evidência de sua necessidade física retesava-se de encontro à constrição de sua calça, esmagava-se contra a curva da bacia de Alice pela força e pelo peso de Domenico? Seu calor a alcançava através do tecido fino, parecendo queimar-lhe a pele e fazendo-a agitar-se sob seu incrível volume.
Porque ele estava faminto por ela. Como podia não estar, quando a clara evidência de sua necessidade física retesava-se de encontro à constrição de sua calça, esmagava-se contra a curva da bacia de Alice pela força e pelo peso de Domenico? Seu calor a alcançava através do tecido fino, parecendo queimar-lhe a pele e fazendo-a agitar-se sob seu incrível volume.
O friccionar de sua pele sob o corpo excitado dele fez com que Domenico gemesse alto, jogando a orgulhosa cabeça para trás, os olhos escuros brilhando ao olhar para o rosto rosado de Alice voltado para ele.
— Ah, por favor... — repetiu, numa imitação do tom dela.
Os longos dedos de sua mão escorregaram ao longo do corpo de Alice, desde o rosto afogueado até a delicada pele do ombro bem torneado, detendo-se por um atormentado segundo sobre a curva macia de seu peito, onde o mamilo enrijecido colocou-se sob sua palma, parecendo pedir mais daquele eletrizante prazer que Domenico lhe dera alguns segundos atrás. Mas desta vez ele lhe proporcionou apenas um instante daquele prazer sensual, antes de escorregar a mão para baixo, esticando o elástico de sua calcinha e conquistando os quentes e úmidos caracóis na junção de suas coxas.
— Então, o que é isto, hein, Alicia, mi bella? Será que você também está lembrando dos tempos passados? Que talvez não esqueceu...?
Esquecido! A palavra era como um rugido de horror em seus pensamentos, algo que tinha que negar.
Esquecido? Como poderia ter esquecido alguma coisa? Ten¬tara apagar cada lembrança dos tempos em que estivera com Domenico, mas tinha falhado. As infindáveis, agitadas noites que passara sozinha, tentando dormir, eram prova disso. Horas em que só pensara em Domenico, longas, sensuais horas que passara com ele na privacidade daquela cama grande e macia no apartamento de Domenico em Milão ou na villa nos arredo¬res de Florença, o selvagem abandono quando faziam amor, a satisfação sensual que a deixava exausta, mas satisfeita até às profundezas da alma.
Como poderia ter esquecido isto?
Mesmo quando adormecia, seus sonhos eram cheios de abrasadoras imagens eróticas, lembranças que mexiam com seu san¬gue e aqueciam seu corpo de tal forma que ela se debatia com freqüência, gemendo alto à noite. Tantas vezes acordara num emaranhado de lençóis, coração em disparada, respiração sôfre¬ga, pele banhada num suor que lhe viera aos poros apenas por ter-se imaginado a seu lado.
Então agora, com seus sonhos se tornando realidade, a força de Domenico a sua volta, as mãos dele acariciando-lhe o corpo, o cheiro limpo, masculino de sua pele, percebia muito bem o que perdera.
Sabia que não havia jeito de voltar atrás agora.
Alice não queria saber se era somente por hoje, se esta última vez com Domenico era tudo o que teria, se teriam algum futuro. A única coisa concreta era o aqui e o agora a que ela precisava agarrar-se com ambas as mãos, pois sentia que morreria se não o fizesse. Moveu-se então, mais uma vez, sob o peso de Domenico que a aprisionava, arqueando as costas levemente para pres¬sionar-se mais contra sua quente e firme virilidade, ao mesmo tempo que lhe abria os botões da camisa, tirando-os das casas.
— Não me esqueci — admitiu, escondendo o rosto na face dele de forma a não olhar nos seus olhos enquanto falava, pres¬sionando tanto os lábios de encontro àquela pele cor-de-oliva que sentia na boca macia a aspereza da barba escura que come¬çava a crescer. — Nunca esqueci. Como poderia?
Um riso de triunfo saído do fundo da garganta foi a resposta de Domenico, cujas mãos passaram a ajudá-la com os botões, lidando com eles rápida e eficientemente, em contraste com a desajeitada tentativa dela. Em dois segundos livrou-se da jaque¬ta de corte soberbo, puxando-a para trás e jogando-a para o lado sem se importar com a maneira como as belas roupas se amon¬toavam amassadas pelo chão.
Mas isto ela havia esquecido. Bem, não esquecera como a pele cor-de-oliva de Domenico era linda, suave e macia como seda esticada sobre músculos poderosos, ombros retos e qua¬drados. Mas não conseguira reter na mente o quanto o corpo estupendo dele era uma delícia sensual tanto para ver como para tocar. Seu peito era coberto por pelos muito negros que Alice adorava sentir sob a ponta dos dedos, traçando caminhos ao longo dos ossos poderosos de suas costelas e mais abaixo, até onde a parte mais masculina do seu ser pulsava sob a cintura estreita.
O fato de ter pensado que nunca mais seria capaz de fazer aquilo de novo — ter a liberdade de tocá-lo desta forma outra vez — trazia-lhe uma carga tão erótica que lhe subia à cabeça como um gole do mais forte conhaque, deixando-a tonta e excitada num piscar de olhos. Não conseguia se conter, tinha que tocar, acariciar, sentir. Teve até a coragem de pressionar os lábios contra a carne quente, lembrando-se do sabor único daquela pele, do cheiro, de sentir à boca o forte e pesado bater do coração e o som de trovão em seus ouvidos.
— Alice! — gemeu Domenico com uma reação crua. Sua perda de controle transparecia na maneira de pronunciar o nome dela. Não mais a suave pronúncia inglesa, mas aquela, muito exótica, Aleeece, uma versão que só ele mesmo usara.
Mãos fortes infiltraram-se por baixo dos cabelos de Alice tomando-lhe as madeixas negras e brilhantes, puxando-lhe a cabeça para trás enquanto Domenico a beijava, alucinado. Man¬tendo-a prisioneira com uma das mãos, lidava impacientemente com o próprio cinto, praguejando com violência em italiano por não conseguir abri-lo rápido.
— Deixe comigo... — ela disse, sendo não muito menos desajeitada do que ele ao lidar com a presilha, abrir o zíper e receber em suas mãos sequiosas a firme, quente e poderosa vi¬rilidade de Domenico.
E com aquele único toque macio qualquer reminiscência de controle que ainda possuísse evaporou-se instantaneamente. Com o nome dela sibilando nos dentes, com um som ao mesmo tempo violento e terno, empurrou-a para trás sobre os traves¬seiros, uma das mãos ainda lhe segurando a cabeça no ângulo certo para que pudesse beijá-la de uma maneira precisa e forte, profundamente íntima. A outra mão, mais rudemente, puxou o trapo de cetim que era tudo que ainda a cobria. Tão rudemente que ela sentiu o tecido delicado e a tira de elástico em sua cin¬tura se romperem.
Não que isso lhe importasse. O que lhe importava era a sen¬sação da boca de Domenico na sua, a quente penetração e o sabor daquela língua que a invadia, saboreando sua essência. Abaixo de sua cintura aqueles dedos experientes estavam crian¬do confusão nos seus mais íntimos sentidos, tocando, acariciando, provocando, excitando, até que ela sentiu que ia explodir com a força dos estímulos sexuais.
Mas no momento em que Alice sentiu que devia abandonar-se completamente àquelas sensações estonteantes, a provocação erótica parou e Domenico forçou um longo joelho de pelos ás¬peros por entre suas pernas, abrindo-as para ele.
— É disto que me lembro — sussurrou Domenico, e seu so¬taque era tão pronunciado que as palavras eram quase ininteli¬gíveis. — Isto era o que eu tinha com você, o que eu queria de você, o que eu sempre quis...
Arrancando-se da boca de Alice, levou alguns segundos para proceder a uma investida forte e sensual sobre seus seios, toman¬do primeiro um, depois o outro mamilo e sugando fortemente, criando um prazer tão selvagem que era quase como suportar uma tortura. E, antes que ela se recuperasse da explosão de pra¬zer que ele havia criado, Domenico levantou seu corpo pode¬roso, posicionando-se exatamente no ponto em que ela mais o desejava, o poder quente entrando no seu centro pulsante.
— E eu certamente nunca esqueci isto... — murmurou, gros¬so e rude, empurrando-se para dentro dela, num fundo e forte movimento.
Alice já estava tão perto da satisfação total que o simples con¬tato com Domenico quase a levava ao ápice. Em menos de um segundo, agarrou-se a ele, arqueando seu corpo faminto para mais e mais perto, abrindo-se, acolhendo sua força ao ser possuída.
Ele forçou o mais fundo que podia, retirou-se, mas apenas para ir com força outra vez, firme, completamente avassalador. Isto foi o suficiente para fazer com que Alice entrasse numa selvagem espiral e mergulhasse completamente num vórtice de prazer, abandonando-se tão totalmente que perdeu a noção de tempo e espaço, a consciência, sem se lembrar de mais nada além das sensações explosivas que enchiam seu corpo e do poderoso, forte e dominador macho que a havia tornado tão com¬pletamente dele.
E em algum lugar, segundos antes da inconsciência do êxtase tomá-la de todo, Alice ouviu o rouco e selvagem grito de satis¬fação de Domenico e soube que também ele se tinha perdido na fulgurante consumação do amor deles.
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