— Chega, Zilah, não diga mais nada. Será que precisarei soletrar as palavras para me fazer entender? Se não se afastar de mim, em dois minutos terei arrancado suas roupas e estarei dentro de você. — De repente, ele agarrou-lhe as nádegas e a trouxe para junto de seu corpo, no qual a excitação era evidente. — Fui dormir desejando você e lutando contra isso, e acordei com todas as barreiras derrubadas. — As palavras soavam entre pequenos suspiros, conforme a pressionava contra si. — Tudo o que consigo pensar é em senti-la, e no modo como seus mamilos endurecem quando a toco.
Zilah respirou fundo. À medida que Daniel falava, apertava-lhe as nádegas firmes e de curvas generosas. Ela sentia os seios intumescidos apoiados contra a parede sólida do peito largo. Era um comando, ela percebeu, o comando básico da dança do amor, bastante conhecido de homens e mulheres.
— Quero senti-la nua contra mim, quero tocá-la com intimidade. Desejo fazê-la derreter de desejo. — De repente, ele prendeu o lóbulo de sua orelha entre os dentes. — Não permita que eu faça isso, droga, me impeça! — exclamou, desesperado. — Porque Deus sabe que sozinho eu não serei capaz.
A escuridão flutuava ao redor de Zilah, onde nada existia além de sensações e o desejo de Daniel clamando por ela. E não só o desejo dele, percebeu chocada. Havia o seu também, pois o desejava com uma ferocidade primitiva. Como seria quando eles... As dúvidas e questões desapareceram quando o sentiu tremer contra si. Não tremor de medo, mas de desejo. Foi como ser surpreendida no funil de um tornado e ser soerguida em uma espiral poderosa para longe de tudo o que conhecia. As únicas coisas verdadeiras eram as sensações que Daniel lhe despertava, com cada palavra, cada toque.
— Também não sei se serei capaz de impedi-lo — avisou ela.
Daniel ficou imóvel.
— Oh, Deus, eu não queria ouvi-la dizer isso...
Zilah não imaginava que os músculos sob suas mãos pudessem ficar mais rígidos, mas foi o que aconteceu.
— Eu não queria que entre nós acontecesse deste modo. Queria mostrar a você que posso ser bem mais do que apenas um bruto que toma o que lhe dá prazer... — As mãos másculas, de repente, trabalhavam febrilmente no zíper da calça jeans. — Nem mesmo sei se terei a paciência de ser gentil com você.
— Não precisa ser. — Aquilo não importava. Não com Daniel.
Gostaria de se dar a ele por inteiro, de satisfazer suas necessidades sem que ele precisasse pedir.
Daniel puxava o jeans e a calcinha de Zilah para baixo com uma pressa frenética. De repente, ela estava nua na escuridão, e as mãos másculas deslizavam por seu corpo com avidez, como se temessem não obter o suficiente da textura suave.
Então a mão que a acariciava enroscou-se nos caracóis que serviam de sentinelas para o recesso de sua feminilidade.
— Abra-se para mim — pediu ele. — Por favor, Zilah. Não posso esperar mais.
Zilah tampouco podia. Nem um minuto sequer. Suas pernas abriram-se num convite puramente instintivo.
Um longo gemido escapo dos lábios rosados quando ela recebe a sensual recompensa por sua obediência, estremecendo ao sentir a mão atrevida explorando sem pudores.
— Você é tão suave, tão deliciosa... — murmurou Daniel. — Como eu gostaria de vê-la melhor! Talvez, acendendo a lanterna... Mas não posso esperar, nem mais um segundo. — De repente os dedos atrevidos encontraram o gatilho sensual que procuravam, e ele iniciou uma massagem rotativa que a fez gemer baixinho.
Zilah ergueu os lábios sedutores, em um convite tão antigo quanto o próprio conceito de tempo.
Daniel riu, um riso de satisfação.
— Você me quer, Zilah?
— Sim, eu quero, agora... — Mal conseguiu pronunciar as palavras. Seu corpo ardia, consumido pelas chamas do desejo.
— Oh, Zilah,
Ela estava vagamente consciente de que o toque se fora, permanecendo apenas a escuridão, a palpitação e a necessidade flamejante, enquanto Daniel se movia com uma rapidez frenética para se livrar das próprias roupas.
Zilah tremia. Sentia os músculos do estômago se contrair, implorando pelo toque sedutor.
Então sentiu-o separar suas coxas, acariciando-a suavemente. Logo ele estava entre suas pernas, os músculos poderosos contra a suavidade dela. Não dava para Zilah vê-lo, e de alguma maneira, isso aumentava sua excitação, mas podia senti-lo tocando-a. Por um momento, um lampejo de memórias do passado a fez enrijecer, mas logo se foi. Porque nada no passado se assemelhava ao que experimentava naquele instante. Tudo agora era novo, e tão primitivo e intenso como se acontecesse no início dos tempos. De novo, a magia de Daniel se fazia sentir com toda a sua pujança.
Ele começou a penetrá-la, com cuidado. Zilah podia sentir seu carinho. Daniel tentava dar a ela a gentileza que julgava que ela merecia, percebeu, emocionada. Embora a restrição fosse torturante, ele tentava agradá-la. Bem, também queria dar-lhe um prazer irrestrito. Pretendia se dar por inteiro, até que não houvesse mais a oferecer.
Movida por tal intenção, ela se agarrou aos quadris estreitos, as unhas cravando na carne rija.
— Daniel... — Sua voz era um murmúrio na escuridão.
— Venha! Venha para mim, minha garota com sorriso de verão.
Em resposta, os quadris delicados ergueram-se, exigindo-o com uma ousadia que fez um grito escapar dos lábios carnudos. Zilah também sentia vontade de gritar, mas temeu que ele confundisse com dor.
— Minha doce Zilah... — Daniel de repente estremeceu, e ela, enfim, pôde senti-lo dentro de si, partilhando a maior intimidade possível que a natureza permitia a dois seres que se desejavam. — Vou enlouquecer. Nunca me senti assim em toda a minha vida. Mas não quero machucá-la.
As mãos macias de Zilah apertaram os quadris de Daniel.
— Está tudo bem comigo. Você não vai me machucar.
— Ainda bem, porque agora é impossível voltar atrás. — Ele avançou, o desejo intenso superando a restrição enquanto a possuía. Ergueu-a com sofreguidão, para que fosse ao encontro de cada investida forte, unindo-se a ela como se quisesse ir além, em uma união que não poderia ser quebrada, nem mesmo quando esfriasse a paixão.
Zilah estava vagamente consciente de que Daniel falava com doçura enquanto se movia, dizendo o quanto ela era maravilhosa, como era bom senti-la em torno dele, e dos vários outros modos que pretendia que fizessem amor. As palavras soavam roucas e selvagens como o ritmo de seus movimentos, às vezes escandalosas, às vezes ternas como um beijo de criança.
Ainda assim, continuava. Um momento. Uma eternidade. A escuridão. A chama. O raio outra vez. Uma onda ofegante que a incendiou. A força de Daniel. Tanta força em um só homem, ela pensou febrilmente. Tanta beleza, tanto desejo primitivo que... Então Zilah não conseguiu mais pensar, quando o clarão de um novo raio a atingiu com sua força, que absorveu a chama, a escuridão e tudo o mais no mundo, menos aquele que exercia o domínio.
Zilah ouviu-o gritar e então sentiu seu peso sobre ela, o coração batendo forte no peito musculoso, parecendo querer explodir. Ou eram as batidas de seu próprio coração? Difícil dizer, tão unidos que estavam, corpo e alma.