sexta-feira, 26 de março de 2010

trecho do livro Amantes do Deserto de Penny Jordan















— Eu a amaldiçôo mil vezes por fazer isto, e a mim por querer-te  — sussurrou Vere, com rudeza, contra os lábios de Sam, quando ela os entreabriu para ele com o saber sensual de uma mulher que amava um homem cujo orgulho só podia ser subjugado pelo desejo.Os lábios se uniram e se separaram ansiosos, para se unirem de novo e de novo, até que os corpos se encontraram. De algum modo Sam percebeu que conseguira abrir os botões dianteiros da túnica que ele usava, e suas mãos tocavam-lhe o tórax. Sua própria roupa escorregara de um dos ombros, revelando o brilho sedoso da pele clara e a curva do seio, e o tecido só não escorregou mais porque a mão de Vere estava nela, moldando o tecido suave de sua pele.Sua mente estava sobrecarregada, seu corpo era um frenesi de desejo. Milhares de sensações intensas a invadiam.Agora ela pôde realizar a vontade de tocar-lhe a pele, maravilhada com o prazer que sentia. Sam pressionou-lhe a clavícula com os dedos. Era uma pele quente e suave, e o osso era sólido. Sam concentrou o olhar na pulsação que se evidenciava sob o maxilar. Com carinho, beijou-o, perdida no seu prazer, antes de ser lançada no fogo de uma paixão, e vê-lo responder da mesma forma, beijando-lhe o pescoço, e depois o ombro. Um leve estremecimento de prazer percorreu-lhe o corpo ao sentir a mão que lhe cobria o seio se afastar, seguido de outro tremor mais intenso e mais visível, quando a mesma mão o segurou por baixo, e o polegar roçou eroticamente o mamilo intumescido.Quando se encaminharam para a cama, os lábios colados, estavam ambos nus, e o toque das mãos de Vere na pele de Sam a carregava de tanto erotismo que seu corpo estremecia de um prazer selvagem.A lamparina ainda estava acesa, iluminando os corpos, levando Sam a respirar fundo, quando Vere fez o movimento de afastá-la de si e colocá-la na cama, revelando em nítidos detalhes seu perfil musculoso e forte. A pele era dourada, e o tórax liso, com o pêlo fino que formava uma trilha erótica descendo pelo corpo, atraindo-lhe o olhar sedento para o membro grosso e rijo na sua ereção.Seria o amor sempre assim? Sam se perguntou, estonteada. Seria este misto de ternura e admiração, este desejo de ver e tocar e saborear o homem especial e único, típico de toda mulher apaixonada?Sam o fitava como todo homem queria ser olhado pela mulher que desejasse, reconheceu Vere, enquanto lutava contra o calor que sentia. Ela o admirava como se estivesse diante do mais raro e precioso tesouro.A mente lhe dizia que ela era uma boa atriz, mas seu corpo não o ouvia, e era tarde demais para fazê-lo ouvir. Ela tinha pele cor de leite, que contrastava com o bege das cobertas. Os cachos dourados combinavam com os que lhe cobriam o sexo, fornecendo uma cobertura que servia mais para atrair a atenção para a carne suave do que propriamente para escondê-la. Vere colocou a mão sobre o sexo de Sam, e um calor intenso o penetrou, quando ela arqueou o corpo para cima. Os mamilos estavam corados, num tom rosa-escuro, sobressaindo em contraste com a pele clara. Quando ele beliscou, com delicadeza, um deles, ela gritou, ávida, e segurou-lhe os ombros, forçando-o a descer para ela.Vere percebia as unhas de Sam contra sua pele como um estímulo. A leve dor que elas provocavam enfatizava e aumentava a força de sua própria paixão. Como uma represa que se rompe, a emoção vinha impetuosa e fervia, inundando-o e afastando tudo o que estivesse no caminho. Não tinha um senhor além dela mesma, e ditava onde ele devia colocar os lábios, as mãos, e as palavras de encorajamento e de sedução que Vere murmurava tão apaixonadamente.Ele tinha sabor de almíscar e de suor, aguçado pelo sal acentuado pelo ar fresco da noite, que tocava aquela carne nua masculina que não era aquecida pelo seu próprio corpo, e Sam sabia que esse cheiro estaria com ela para sempre, assim como cada momento precioso que eles compartilhavam.Todas as razões para ela não fazer isso tinham sido abandonadas. A luz da lamparina, Sam podia ver as pequenas marcas deixadas na pele de Vere por suas unhas. Aquela visão encheu-a de uma sensação quase primitiva de triunfo feminino. Agora, ele era seu, pois tinha na carne sua marca de posse, assim como todos os seus pontos de sensualidade recebiam a marca do toque de Vere.Vere debruçou-se sobre ela e correu a língua sobre seus mamilos, primeiro um, depois o outro, ambos intumescidos e brilhando, úmidos de suas carícias.Cobrindo um dos mamilos com a boca, ele o puxou, suavemente, provocando nela uma explosão violenta de prazer, ao sentir o arranhar deliciosamente erótico dos dentes contra sua carne sensível.Sam deve ter gritado, pois ouviu o eco reverberar por toda a tenda. Cada toque de Vere trazia um novo prazer, estonteante, que lhe era desconhecido e inexplorado. A experiência que vivera na juventude não a preparara para isto. Tudo era tão novo, como um tesouro inesperado de milhares de peças que não têm preço. Queria demorar-se em cada uma das peças, sentir o prazer que elas lhe traziam, mas ao mesmo tempo era levada por uma sensação cada vez mais intensa de urgência.Vere sentiu o coração bater forte contra o peito. Por que tinha esta reação? Como um menino na sua primeira experiência, com as mãos trêmulas, o coração acelerado e o medo de não conseguir controlar as reações do corpo e desapontá-la, trazendo para si a desonra. Ser um amante atencioso, perfeito, até a consumação do ato, era uma habilidade que se propusera aprender, como parte de sua jornada para a vida adulta, além de muitas outras coisas. Seu objetivo fora adquirir essa maestria, em vez de se con¬centrar em ter ele mesmo o prazer. E agora era subjugado por desejos e sensações totalmente novos para ele.Ele a queria demais. Jamais desejara alguém assim, de corpo e alma, de uma maneira que ela faria parte dele para sempre, como uma marca indelével. Mesmo quando aquele momento de excitação terminasse, o que sentia por ela não o abandonaria, como uma febre, pois ele não tinha poder para impedi-lo.Vere cobriu-lhe o sexo com uma das mãos, e os dedos chegaram a tremer ao vê-la se render à sua carícia.Sam gemeu, o corpo trêmulo de tanta excitação. Fechou as mãos em punho, querendo ser tocada mais intimamente, e depois, quando ele o fez, percebeu que ainda não era o suficiente para satisfazer a ânsia que a consumia.Ela estava tão suave, tão úmida, e seu corpo ansiava por possuí-la. Ele a queria muito, admitiu Vere. E esse desejo afastou todas as barreiras que construíra para não admiti-lo, e ele se rendeu. Fizera o possível para evitar, mas agora, num momento final de verdadeiro conhecimento de si mesmo e do seu destino, estava frente a frente com a verdade, com a mulher que o levara a isso, e não havia retorno.Vere posicionou-se sobre ela, incapaz de negar a si mesmo o prazer de acariciá-la e de penetrá-la. O corpo de Sam o recebeu e o abraçou com tanta ternura que era como se ele chegasse num lugar que era seu e de mais ninguém. Cada investida, cada movimento dos corpos ao se unirem, era um encontro perfeito de duas metades de um todo. Este era o seu destino, e ele o recebia com prazer.Era por isso que Sam ansiara e sofrerá, para isso ela existia. Estremecia de excitação a cada investida firme do corpo de Vere dentro do seu. Como algo podia ser tão perfeito, tão sublime e intenso a ponto de encher-lhe os olhos de lágrimas, de sua garganta doer com os sons de seu prazer? Sentia cada movimento de Vere dentro dela, cada partícula dele, como se seu próprio corpo fosse de uma sensibilidade tão extraordinária ao dele. Percebia até mesmo a mais ínfima pressão do músculo masculino contra a carne feminina que o continha. Fazia tanto tempo que esta poderia ser a sua primeira vez. Mas é claro que não era. E então ela teve...Sam retesou-se, apavorada, ao se lembrar que eles não tinham feito o que deveriam.
— Pare! — exclamou, nervosa.Sam percebeu que Vere não a ouvira, de tão entregue às sensações... Ela lutou para fazer o que sua consciência mandava, mas era tarde demais. Estava tão sem forças quanto Vere para resistir à onda de êxtase que a inundava. Se tivesse que parar agora... Mas não podia. Em vez disso, agarrou-se a ele e gritou, quando o prazer ficou intenso demais e a transportou para as estrelas. Ofegante, ela chorava lágrimas de alegria, enquanto a vibração final da satisfação que ele lhe proporcionou se uniu à explosão forte e poderosa da finalização de Vere. As sensações intensas amainaram, no entanto Vere continuava ali, com ela, e ainda a abraçava...





Nenhum comentário:

Postar um comentário