segunda-feira, 31 de maio de 2010

trecho do livro "No Coração do Deserto" de Jane Porter


— Esperei por você durante três anos, Bryn. Não imagina que a deixarei escapar agora, não é? Agora durma. Estou exau­rido. Você fez de hoje um longo dia.
Deu-lhe as costas e fechou os olhos. Em poucos minutos, sua respiração mudou, indicando que caíra no sono.
Bryn esticou as pernas. Cada fibra estava dolorida, tremen­da, cada músculo insatisfeito. Haveria um inferno especial para homens como Kahlil, e Bryn o quereria lá, sem complacência.
Mais tarde, um pecaminoso calor a invadiu e a agitou, em­bora apenas um pouco. Não queria perder o prazer. Sentiu-se muito bem, sua pele, seu corpo sensível e vivo. "Estou dormindo ou sonhando?", questionou-se, abandonando-se ao deleite, não querendo abrir os olhos no caso que fosse somente um sonho.
Mãos passaram por entre suas pernas, sobre os seus seios, um joelho abrindo os seus.
Não era sonho. Lembrou-se de repente de onde estava, com quem estava. Descerrando as pálpebras, deparou com os olhos dourados de Kahlil. As velas tinham uma pequena chama, a maioria se apagara por si só, e o rosto dele, se mantinha nas sombras.
Kahlil agarrou-lhe um seio, a palma da mão amassando os bicos excitados, abrindo-lhe os lábios, primeiro como um pro­testo, depois como um suspiro.
Impotente, ela se reclinou sedenta de paixão. Desceu os cí­lios para olhar a boca dele, desejando ser de novo beijada, que­rendo a boca na sua.
Kahlil se mexeu, livrando-se dos lençóis de cetim, colocando suas des­nudas coxas entre os joelhos dela, separando-lhe as pernas e movimentando-se entre as coxas dela.
A camisola se levantara e ficou presa pelos quadris. Bryn não queria mais nada além de agarrá-lo pela nuca e obrigá-lo a beijá-la sem parar. Suplicou pelos lábios dele, sua língua, seu toque.
Mas, em vez de cobrir-lhe a boca, Kahlil procurou com os lábios os pontos sensíveis de seu pescoço, pontos eróticos que só ele conhecia. Com a língua circulou entre o lóbulo da orelha e o ombro, arrancando-lhe uma ofegante respiração, delirante de prazer.
Bryn libertou os braços e o agarrou-o pelos ombros. Eram largos, e segurou-se neles como se estivesse desfalecendo. Es­tando tão próxima de Kahlil, havia tanto tempo sem sexo, li­berava poderosas emoções que não tinham nada a ver com mero prazer físico.
Precisava dele, ser parte dele, amada por ele, como só Kahlil sabia fazer.
— Você está pegando fogo, Bryn.
— Eu preciso de você...
Kahlil não precisou de mais nenhum outro encorajamento. Impaciente, arrancou-lhe a calcinha e levou a mão para dentro das suas coxas, instigando um rio de sensações. A cada toque, Bryn sentia-se mais excitada.
Estremeceu, antecipando a posse dele.
O que não demorou muito. Deitando-se em cima dela, sor­rindo, Kahlil a penetrou.
O prazer dele alimentava o dela. Bryn o apertou forte e o trouxe mais para dentro de si.
Kahlil se curvou sobre ela, com força, levando-a à loucura, ultrapassando todos os limites.
Bryn teria soltado um grito no momento do êxtase se a boca dele não estivesse cobrindo a sua, absorvendo toda sua lascívia. Viu-se perdida, arrepio após arrepio, com lágrimas enchendo-lhe os olhos. Queria-o, desejava-o... sempre. Não conseguiria negar-lhe de nada.
Nem mesmo o coração.
Kahlil suspirou, ele também atingindo o auge, um som de pura exasperação fazendo Bryn sentir a relutância dele assim que o trouxe para perto, envolvendo-a num abraço protetor.