Agitada, Anna pensou em tirar o seu véu, mas hesitou. Foi assolada pela dúvida. Mesmo assim, ela o puxou e, junto com ele, o orgulho, a ansiedade.
Ela o amava. E ele iria para guerra no dia seguinte.
Já era o suficiente por aquela noite.
Deixando o véu no lugar, ela riscou um fósforo para acender uma vela. Sabia que, com a dança, o havia seduzido.
O calor formigava a parte de trás de seu pescoço. Antes mesmo de se virar, Anna já sabia que Quamar estava lá, observando, esperando.
Ele tinha obedecido.
Sem as vestes e o turbante, usava uma camisa de linho solta e aberta com apenas os dois últimos botões fechados. Ele havia aprendido que ela preferia fazer o resto.
Ele nunca pareceu tanto com um guerreiro como nessa hora. Sua postura era avantajada. Suas feições como granito, desprovidas de emoção. Suas íris pretas continuavam veladas, mas, por baixo, brilhavam afiadas de desejo, necessidade.
Uma agulhada escorregou por sua espinha abaixo, invadiu lhe a barriga e, então, desceu, até doer. Sem dizer uma palavra, Anna acendeu a vela e soprou o fósforo.
Uma tonalidade escura preencheu a tenda, trazendo a intimidade que ela queria.
— Rashid? — ele perguntou com a voz áspera, como se tivesse uma lixa contra as cordas vocais.
Ela achou a dureza confortante, calma.
— Foi passar a noite com seu pai.
Ele balançou a cabeça uma vez, mas não foi adiante. Um silêncio os rondava. A tal ponto que ela quase conseguia ouvir a batida do coração de Quamar, sentir a pulsação presa, ambas no mesmo ritmo das dela.
— Eu vou deixar você, Anna — ele sussurrou.
— Eu sei. — Ela sorriu, tentando reafirmar o que ele havia dito compensar a tristeza que envolvia as palavras dela.
— Mas não esta noite.
Com passos lentos e deliberados, foi até ela, dando-lhe outra oportunidade silenciosa para mudar de idéia.
À medida que o sorriso de Anna tornou-se mais profundo, ela foi ao seu encontro, ficando na metade do caminho, com apenas poucos centímetros separando-os.
— Por que demorou tanto? — O coração dela esmagava-lhe as costelas. Incapaz de controlar-se deslizou os dedos da barriga até o peito de Quamar. Ele tinha a pele quente e era feito de músculos, que se flexionavam e se suavizavam com o seu toque.
Ele ainda estava em silêncio. Mas, quando levantou a mão e segurou o queixo de Anna, seus dedos tremeram.
Se ela já não o amasse, se apaixonaria ali.
Ele retirou-lhe o véu, deixando que seu olhar percorresse o rosto da mulher. Seus olhos fortes, velados, escureceram de paixão, mantendo-a no lugar, roubando-lhe a respiração.
— Roh albi wa hayati wa habibi. Você é minha alma, meu coração e meu amor, Anna. — Com um gemido, ele fixou possessivamente sua boca sobre a dela.
De repente, desesperada para juntar o pequeno espaço que os separava, ela agarrou-lhe os ombros, trazendo-o para ela. A língua de Quamar deslizava dentro de sua boca, invadindo e roçando a dela, aliciando até que respondesse com um abandono totalmente selvagem.
Vagamente ela sentiu um puxão em seu cabelo, percebendo que o véu havia caído. Calafrios deliciosos desciam-lhe pelo corpo como se um material macio acariciasse seu ombro e pescoço e, então, escorregasse até o chão.
Quamar enterrou os dedos nos fios grossos do cabelo de Anna, acariciando-os. Com um grunhido, ele os puxou para trás, provando a doce curva de seu pescoço.
— Tão linda. Não pude suportar o pensamento de seu cabelo ser cortado por Elizabeth.
Os dentes dele mordiscaram-lhe a ponta das orelhas, roçando-as até que ela gritasse de prazer, então continuou seu assédio em seu queixo, pescoço, clavícula. O peito dela se esfregava ao dele de forma inquieta, seus dedos enterravam em seus ombros fortes e vigorosos.
— Quamar, por favor. — Os seios dela formigavam, os bicos do peito endureceram por antecipação.
Ele riu perversamente ao tocar a parte sensível da cavidade de seu pescoço, aumentando os arrepios pelos ombros e pelas costas abaixo.
Em um só movimento de dedos, ele abriu-lhe a túnica, deixando-a exposta ao seu olhar quente.
Porque parou, parou porque? hihihi...
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