Ela deu um
passo atrás.
— Não nos
conhecemos bem o bastante. Toque-me e eu gritarei.
Rashid riu,
divertido, o que foi inesperado. E ela não gostou nem um pouco na maneira como
o som musical vibrou em seu íntimo.
— Você
esquece que este é o palácio de Kyr e que eu sou o rei. Se eu decidir amarrá-la
à minha cama e fazer o que quiser com você noite após noite, ninguém me
impedirá.
Deliciosos
arrepios subiram pela espinha de Sheridan. Não deveria se sentir, excitada
diante da ideia de ser amarrada à cama de Rashid, mas não pôde evitar.
Ele se
aproximou mais, e ela nem sequer tentou recuar. Ficou paralisada feito uma
gazela, à espera da investida do grande felino. E foi o que Rashid fez.
Vencendo a pequena distância entre ambos, puxou-a para si, moldando-a no calor
de seu corpo quase despido.
No entanto,
não foi um abraço muito apertado. Ela poderia se soltar se quisesse. Ambos
sabiam disso. Mas nem ao menos tentou.
Rashid
soltou um riso triunfante.
— Você é uma
grande mentirosa, sabia? — afirmou rouco. Então, tomou-lhe os lábios com os
seus.
Se o beijo
na loja havia sido surpreendente por sua intensidade, esse foi arrebatador.
Rashid acariciou lhe os lábios com a ponta da língua, e ela os entreabriu para
que suas línguas se entrelaçassem.
As sensações
que a percorreram foram as mais extraordinárias que se lembrava de ter
experimentado. Era por causa de Rashid, o homem mais naturalmente sedutor que
já conhecera em sua vida. O que não fazia sentido, porque o achara detestável
até então.
Sem
mencionar que nem o conhecia direito. Ele era um rei, um sultão do deserto, um
soberano autocrático acostumado a dar ordens e ser obedecido sem contestação.
E ela estava
lhe oferecendo precisamente o que ele esperava.
Mas era tão
bom... Enquanto suas línguas se entrelaçavam com puro erotismo, Sheridan foi
tomada por um misto de languidez e excitação, e um calor úmido se espalhou por
seu sexo. Quando o abraçou pelo pescoço, o contato com a pele quente dele sob
as palmas de suas mãos a fez soltar um gemido abafado.
Rashid
virou-a até encostá-la no gradil do terraço e lhe abriu o robe de seda,
fazendo-o deslizar pelos ombros até o chão. Com lábios cálidos e úmidos,
beijou-lhe o pescoço e o colo acetinado, e Sheridan afundou os dedos em seu
cabelo farto, puxando-o mais para si.
Tornou a
gemer quando ele mordiscou seu mamilo através da fina seda da camisola, o que
causou uma onda de prazer que se espalhou por seu corpo. Seu ponto mais
sensível se contraiu de desejo, e ela segurou Rashid com força pelos ombros, e
arqueou as costas, projetando os seios num convite.
Queria que
Rashid a livrasse da frágil camisola, mas ele não o fez. Continuou mordiscando
o mamilo através do tecido e, depois o outro, e então os chupou até deixá-la
louca de desejo. Estavam tão sensíveis que Sheridan achou que teria um orgasmo
apenas com aquele estímulo.
No entanto,
Rashid não pretendia fazer apenas isso. Não demorou a lhe erguer a barra da
camisola, expondo suas pernas. Ocorreu a Sheridan que deveria protestar, mas
havia um lado ardente seu que não queria.
Rashid
insinuou as mãos por baixo da camisola dela, subindo pelo abdome firme até
chegar aos seios nus, e envolveu-os com suas mãos quentes, enquanto voltava a
lhe capturar os lábios com os seus num beijo faminto. Aproximou-se ainda mais, pressionando-a
contra o gradil.
Foi quando
Sheridan lhe sentiu o sexo rijo contra o ventre entre as frágeis barreiras da
roupa de baixo, evidência do quanto Rashid a queria.
Agindo por
instinto, ela o tocou com intimidade. Havia tanto tempo que não partilhava de
momentos de paixão como aqueles com ninguém que, de repente, viu-se impaciente
demais. Rashid emitiu um som gutural de satisfação, ou de encorajamento, que a
deixou eufórica.
Sheridan
achara que ele lhe tinha aversão, mas estava claro que não era o caso; que, ao
contrário, desejava-a. E ela também o desejava, com todas as suas forças. Era
uma insensatez, mas nada naquela situação era normal. Se fizessem amor, o que
mudaria? Nada.
Deslizando
as mãos sob a cueca boxer dele, Sheridan o envolveu de bom grado. Rashid estava
tão pronto que quase a assustou. Não o conhecia, e o pouco que sabia a seu
respeito até então não era favorável.
Rashid a
ameaçara e obrigara a acompanhá-lo até seu país, tratando-a como se fosse
alguém que contratara para realizar um trabalho, em não uma mulher prejudicada
por um erro alheio.
Zangado,
começara o que estavam partilhando agora para provar um ponto de vista, para
puni-la.
Agora, ela
estava em suas mãos, com seu corpo ardente, rijo e pronto.
Rashid
interrompeu o beijo e a fitou com olhos quase torturados.
— Sheridan —
disse, com visível tensão —, se não tem a intenção de se entregar a mim,
precisa ir. Agora. Porque se continuar me tocando deste jeito, não vou parar
enquanto não a tiver da maneira como desejo.
Ela mordeu o
lábio inferior, achando que seu coração sairia pela boca. Uma mulher sensata
fugiria dali naquele instante. Não entregaria seu corpo a um homem que mal
conhecia simplesmente porque ele a afetava como ninguém mais conseguira.
Mas parecia
não haver lugar para a sensatez, no momento. Talvez fosse o cenário exótico de
um palácio no deserto, a tensão acumulada até então... Não sabia ao certo. O
fato era que queria coisas que não deveria querer.
— Não irei
embora. Preciso continuar tocando você.
Com um novo
grunhido, Rashid ergueu-a nos braços e carregou-a pelas portas-janelas. Em algum momento da ida até a cama, no
amplo quarto anexo à sala de estar, uma sensação de pânico começou a
percorrê-la. Antes, porém, que Sheridan pudesse reagir, ele a colocou na cama e
lhe despiu a camisola. Beijou-a, então, com paixão, até lhe dissipar o medo e
deixá-la em brasa outra vez.
Oh, aquilo
era errado — e tão certo. Sheridan o envolveu com os braços e correu as mãos
pelas costas e pelos ombros largos dele, pelos bíceps.
Rashid era
magnífico.
Depois de um
longo beijo que os deixou quase sem fôlego, Rashid deixou nova trilha de fogo
na pele dela com seus lábios, descendo desde o pescoço até os seios. Com todo o
vagar, acariciou um mamilo com a língua, circundando-o e, então, sugou-o com
avidez. Sheridan soltou um grito de prazer, deliciada com as hábeis carícias.
— Você é tão
sensível...
Sheridan não
conseguiu encontrar as palavras, tomada por expectativa e, sim, até certo
temor.
Porque,
afinal, o que estava fazendo? O lado racional tentava interferir, mas as
sensações que a dominavam sobrepujavam tudo o mais.
Não houve
como protestar quando Rashid deslizou as mãos por seu corpo e lhe despiu a
calcinha. Sheridan observou-lhe o rosto bonito, iluminado pelo luar que se
filtrava até o imenso quarto de teto abobadado, ciente dos sons exóticos e
distantes da noite kyriana. Sentiu-se como se não fosse ela mesma. Como se
aquilo fosse uma fantasia. Uma das mil e uma noites com o seu próprio sultão do
deserto.
Estremeceu
no instante em que ele tocou a parte mais sensível de seu corpo com os lábios
quentes e úmidos. O prazer foi tão intenso que Sheridan soluçou o nome dele. E
Rashid prosseguiu, mostrando que não estava disposto a lhe dar trégua, enquanto
lhe mantinha as pernas abertas e a estimulava com a língua até que não
suportasse mais.
O mundo dela
explodiu em ondas prazer, e seu corpo foi arrebatado por sensações incríveis e
vertiginosas.
Ainda não se
recobrara quando Rashid lhe tomou os lábios com um beijo voluptuoso. Então pôde
senti-lo rijo, grande e posicionado para tomá-la. Rashid a segurou pelas
nádegas, preparando-a para recebê-lo, e Sheridan arqueou os quadris,
expectante.
Rashid
pareceu hesitar por um momento. Em seguida, disse algo em árabe por entre os
dentes e, enfim, penetrou-a. Não se moveu depressa, com arremetidas bruscas,
mas com todo o vagar, como se quisesse saborear ao máximo aqueles momentos.
Sheridan o
acompanhou no mesmo ritmo sensual, até que o temor voltou.
O que estava
fazendo? O que havia de errado com ela? Fazer sexo com um estranho não era de
modo algum do seu feitio.
Mas, então,
Rashid cobriu seus lábios mais uma vez com um beijo repleto de paixão, e ela
fechou os olhos sem pensar mais em nada, a não ser no momento.
Ambos
suspiraram, e a cadência de seus corpos se acentuou. Moviam-se agora
freneticamente, Sheridan acompanhando-o em cada arremetida, arqueando os
quadris, cingindo-o pela cintura. Acariciou-lhe o cabelo e os ombros, até que
ele lhe segurou as mãos na cama, acima da cabeça.
Foi erótico,
sensual, excitante. A pressão dentro dela aumentou até que não pôde mais se
conter. Entregou-se com todo o abandono ao orgasmo mais fabuloso que se
lembrava de já ter vivenciado, sussurrando o nome de Rashid vezes sem fim.
Sentindo seu
corpo se contrair em torno dele, tomado por espasmo após espasmo, Sheridan
percebeu que Rashid também foi arrebatado pelo êxtase.
Os dois
permaneceram deitados um nos braços do outro por longos momentos, ofegantes,
com os corações batendo num só ritmo acelerado.
O que se
dizia após um sexo espetacular com aquele? Perguntou-se Sheridan quando, enfim,
conseguiu raciocinar com clareza. Em especial com um homem que mal conhecia... [...] — Ousa
deixar um sultão falando sozinho?
— Você não é
o meu sultão —
replicou ela, zangada, mas a proximidade de ambos já lhe causava aquele calor
indesejável.
— Talvez eu
seja. Talvez eu seja o seu sultão,
sim. — Rashid tirou-lhe o hijab da
cabeça e, virando-a, encostou-a na parede. — Você é minha. — Pressionou-lhe o
corpo com o seu. — E eu fico com o que é meu.
Rashid
tomou-lhe os lábios de assalto, e ela se retesou determinada a lutar, a manter
a boca fechada e resistir, a afastá-lo de si.
Mas não teve
como oferecer resistência. Envolta por pura sensualidade, entreabriu os lábios,
permitindo a invasão da língua dele, ciente do poder que exercia sobre ela.
Logo, estavam trocando um beijo voluptuoso, faminto, repleto da tensão sexual
acumulada durante dias de privação.
Sheridan
jamais sentira um elo físico tão forte com um homem antes. Um elo que ia contra
a razão e o bom-senso.
Rashid
segurou-a junto à parede, roçando-lhe os seios com os polegares, e Sheridan
sentiu os mamilos rijos de imediato. Ele abriu, então, os fechos do vestido
dela, fazendo-o deslizar pelos ombros até o chão. Livrou-a da calcinha em
seguida, e Sheridan levou as mãos até a calça que ele usava por baixo da
túnica, ansiosa por tocá-lo com intimidade. Não demorou a envolvê-lo com as
mãos quentes.
Mas Rashid
não lhe deu tempo para acariciá-lo. Segurando-a pelas nádegas, ergueu-a de
encontro à parede e penetrou-a.
—
Sheridan... — sussurrou rouco de desejo. — Preciso de você.
— Beije-me,
Rashid — suplicou-a, entregando-se com abandono à necessidade premente que a
dominava.
Queria-o
tanto.
Ele a beijou
e começou a mover os quadris com uma arremetida mais rápida e intensa que a
anterior, até que Sheridan explodiu em sensações naqueles braços ardentes.
Quando os últimos espasmos de prazer a envolveram, Rashid também se deixou
levar pelo êxtase, entregando-se por completo ao prazer. [...] Rashid a
beijou de repente. Dessa vez, não parou. Beijou-a até que estivesse lânguida em
seus braços e, em seguida, carregou-a até seu quarto. Despiu-a devagar,
acariciando e beijando cada pedacinho de pele que ia revelando, até deixá-la
trêmula de expectativa e suplicando por mais.
Fez amor com
ela primeiro com os lábios, longa e docemente e, enfim, quando Sheridan foi
tomada por deliciosos espasmos, posicionou-se entre suas pernas e penetrou-a.
Ela o cingiu pela cintura com as pernas, arqueando o corpo, receptiva a cada
arremetida.
A paixão se
alastrou num crescendo, e seus corpos se moveram, frenéticos, em perfeita
sintonia, até que o prazer se tornou tão intenso que Sheridan gritou o nome
dele, e um êxtase simultâneo tomou conta de Rashid.
Enfim, ele
rolou para o lado, e, ainda ofegante, ela se perguntou se a mandaria embora
mais uma vez. Longos minutos se passaram em que permaneceram deitados lado a
lado, em silêncio.
Enfim,
Sheridan concluiu que talvez fosse melhor se levantar e ir. Tirar a decisão das
mãos dele. Mostrar-lhe que não se importava com sua rejeição, afinal.
Sentando-se
na beirada da cama, ela pousou os pés no chão e inclinou-se para recolher as
roupas, com os olhos já ardendo. Depois de tudo o que Rashid dissera, agora era
evidente que não se importava. Deixaria que se fosse dali como se, de fato, não
desse a mínima.
Mas, então,
ele se sentou ao seu lado, afagando-lhe as costas, envolvendo-a com seu calor.
— Não vá —
pediu, e puxou-a para os seus braços.
E Sheridan
se entregou com abandono mais uma vez.
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