segunda-feira, 30 de maio de 2016

Trecho do livro DOMINADOS PELA PAIXÃO (Livro 2 da Série Herdeiros do Trono de Kyr) de Lynn Raye Harris.


Ela deu um passo atrás.
— Não nos conhecemos bem o bastante. Toque-me e eu gritarei.
Rashid riu, divertido, o que foi inesperado. E ela não gostou nem um pouco na maneira como o som musical vibrou em seu íntimo.
— Você esquece que este é o palácio de Kyr e que eu sou o rei. Se eu decidir amarrá-la à minha cama e fazer o que quiser com você noite após noite, ninguém me impedirá.
Deliciosos arrepios subiram pela espinha de Sheridan. Não deveria se sentir, excitada diante da ideia de ser amarrada à cama de Rashid, mas não pôde evitar.
Ele se aproximou mais, e ela nem sequer tentou recuar. Ficou paralisada feito uma gazela, à espera da investida do grande felino. E foi o que Rashid fez. Vencendo a pequena distância entre ambos, puxou-a para si, moldando-a no calor de seu corpo quase despido.
No entanto, não foi um abraço muito apertado. Ela poderia se soltar se quisesse. Ambos sabiam disso. Mas nem ao menos tentou.
Rashid soltou um riso triunfante.
— Você é uma grande mentirosa, sabia? — afirmou rouco. Então, tomou-lhe os lábios com os seus.
Se o beijo na loja havia sido surpreendente por sua intensidade, esse foi arrebatador. Rashid acariciou lhe os lábios com a ponta da língua, e ela os entreabriu para que suas línguas se entrelaçassem.
As sensações que a percorreram foram as mais extraordinárias que se lembrava de ter experimentado. Era por causa de Rashid, o homem mais naturalmente sedutor que já conhecera em sua vida. O que não fazia sentido, porque o achara detestável até então.
Sem mencionar que nem o conhecia direito. Ele era um rei, um sultão do deserto, um soberano autocrático acostumado a dar ordens e ser obedecido sem contestação.
E ela estava lhe oferecendo precisamente o que ele esperava.
Mas era tão bom... Enquanto suas línguas se entrelaçavam com puro erotismo, Sheridan foi tomada por um misto de languidez e excitação, e um calor úmido se espalhou por seu sexo. Quando o abraçou pelo pescoço, o contato com a pele quente dele sob as palmas de suas mãos a fez soltar um gemido abafado.
Rashid virou-a até encostá-la no gradil do terraço e lhe abriu o robe de seda, fazendo-o deslizar pelos ombros até o chão. Com lábios cálidos e úmidos, beijou-lhe o pescoço e o colo acetinado, e Sheridan afundou os dedos em seu cabelo farto, puxando-o mais para si.
Tornou a gemer quando ele mordiscou seu mamilo através da fina seda da camisola, o que causou uma onda de prazer que se espalhou por seu corpo. Seu ponto mais sensível se contraiu de desejo, e ela segurou Rashid com força pelos ombros, e arqueou as costas, projetando os seios num convite.
Queria que Rashid a livrasse da frágil camisola, mas ele não o fez. Continuou mordiscando o mamilo através do tecido e, depois o outro, e então os chupou até deixá-la louca de desejo. Estavam tão sensíveis que Sheridan achou que teria um orgasmo apenas com aquele estímulo.
No entanto, Rashid não pretendia fazer apenas isso. Não demorou a lhe erguer a barra da camisola, expondo suas pernas. Ocorreu a Sheridan que deveria protestar, mas havia um lado ardente seu que não queria.
Rashid insinuou as mãos por baixo da camisola dela, subindo pelo abdome firme até chegar aos seios nus, e envolveu-os com suas mãos quentes, enquanto voltava a lhe capturar os lábios com os seus num beijo faminto. Aproximou-se ainda mais, pressionando-a contra o gradil.
Foi quando Sheridan lhe sentiu o sexo rijo contra o ventre entre as frágeis barreiras da roupa de baixo, evidência do quanto Rashid a queria.
Agindo por instinto, ela o tocou com intimidade. Havia tanto tempo que não partilhava de momentos de paixão como aqueles com ninguém que, de repente, viu-se impaciente demais. Rashid emitiu um som gutural de satisfação, ou de encorajamento, que a deixou eufórica.
Sheridan achara que ele lhe tinha aversão, mas estava claro que não era o caso; que, ao contrário, desejava-a. E ela também o desejava, com todas as suas forças. Era uma insensatez, mas nada naquela situação era normal. Se fizessem amor, o que mudaria? Nada.
Deslizando as mãos sob a cueca boxer dele, Sheridan o envolveu de bom grado. Rashid estava tão pronto que quase a assustou. Não o conhecia, e o pouco que sabia a seu respeito até então não era favorável.
Rashid a ameaçara e obrigara a acompanhá-lo até seu país, tratando-a como se fosse alguém que contratara para realizar um trabalho, em não uma mulher prejudicada por um erro alheio.
Zangado, começara o que estavam partilhando agora para provar um ponto de vista, para puni-la.
Agora, ela estava em suas mãos, com seu corpo ardente, rijo e pronto.
Rashid interrompeu o beijo e a fitou com olhos quase torturados.
— Sheridan — disse, com visível tensão —, se não tem a intenção de se entregar a mim, precisa ir. Agora. Porque se continuar me tocando deste jeito, não vou parar enquanto não a tiver da maneira como desejo.
Ela mordeu o lábio inferior, achando que seu coração sairia pela boca. Uma mulher sensata fugiria dali naquele instante. Não entregaria seu corpo a um homem que mal conhecia simplesmente porque ele a afetava como ninguém mais conseguira.
Mas parecia não haver lugar para a sensatez, no momento. Talvez fosse o cenário exótico de um palácio no deserto, a tensão acumulada até então... Não sabia ao certo. O fato era que queria coisas que não deveria querer.
— Não irei embora. Preciso continuar tocando você.

Com um novo grunhido, Rashid ergueu-a nos braços e carregou-a pelas portas-janelas.Em algum momento da ida até a cama, no amplo quarto anexo à sala de estar, uma sensação de pânico começou a percorrê-la. Antes, porém, que Sheridan pudesse reagir, ele a colocou na cama e lhe despiu a camisola. Beijou-a, então, com paixão, até lhe dissipar o medo e deixá-la em brasa outra vez.
Oh, aquilo era errado — e tão certo. Sheridan o envolveu com os braços e correu as mãos pelas costas e pelos ombros largos dele, pelos bíceps.
Rashid era magnífico.
Depois de um longo beijo que os deixou quase sem fôlego, Rashid deixou nova trilha de fogo na pele dela com seus lábios, descendo desde o pescoço até os seios. Com todo o vagar, acariciou um mamilo com a língua, circundando-o e, então, sugou-o com avidez. Sheridan soltou um grito de prazer, deliciada com as hábeis carícias.
— Você é tão sensível...
Sheridan não conseguiu encontrar as palavras, tomada por expectativa e, sim, até certo temor.
Porque, afinal, o que estava fazendo? O lado racional tentava interferir, mas as sensações que a dominavam sobrepujavam tudo o mais.
Não houve como protestar quando Rashid deslizou as mãos por seu corpo e lhe despiu a calcinha. Sheridan observou-lhe o rosto bonito, iluminado pelo luar que se filtrava até o imenso quarto de teto abobadado, ciente dos sons exóticos e distantes da noite kyriana. Sentiu-se como se não fosse ela mesma. Como se aquilo fosse uma fantasia. Uma das mil e uma noites com o seu próprio sultão do deserto.
Estremeceu no instante em que ele tocou a parte mais sensível de seu corpo com os lábios quentes e úmidos. O prazer foi tão intenso que Sheridan soluçou o nome dele. E Rashid prosseguiu, mostrando que não estava disposto a lhe dar trégua, enquanto lhe mantinha as pernas abertas e a estimulava com a língua até que não suportasse mais.
O mundo dela explodiu em ondas prazer, e seu corpo foi arrebatado por sensações incríveis e vertiginosas.
Ainda não se recobrara quando Rashid lhe tomou os lábios com um beijo voluptuoso. Então pôde senti-lo rijo, grande e posicionado para tomá-la. Rashid a segurou pelas nádegas, preparando-a para recebê-lo, e Sheridan arqueou os quadris, expectante.
Rashid pareceu hesitar por um momento. Em seguida, disse algo em árabe por entre os dentes e, enfim, penetrou-a. Não se moveu depressa, com arremetidas bruscas, mas com todo o vagar, como se quisesse saborear ao máximo aqueles momentos.
Sheridan o acompanhou no mesmo ritmo sensual, até que o temor voltou.
O que estava fazendo? O que havia de errado com ela? Fazer sexo com um estranho não era de modo algum do seu feitio.
Mas, então, Rashid cobriu seus lábios mais uma vez com um beijo repleto de paixão, e ela fechou os olhos sem pensar mais em nada, a não ser no momento.
Ambos suspiraram, e a cadência de seus corpos se acentuou. Moviam-se agora freneticamente, Sheridan acompanhando-o em cada arremetida, arqueando os quadris, cingindo-o pela cintura. Acariciou-lhe o cabelo e os ombros, até que ele lhe segurou as mãos na cama, acima da cabeça.
Foi erótico, sensual, excitante. A pressão dentro dela aumentou até que não pôde mais se conter. Entregou-se com todo o abandono ao orgasmo mais fabuloso que se lembrava de já ter vivenciado, sussurrando o nome de Rashid vezes sem fim.
Sentindo seu corpo se contrair em torno dele, tomado por espasmo após espasmo, Sheridan percebeu que Rashid também foi arrebatado pelo êxtase.
Os dois permaneceram deitados um nos braços do outro por longos momentos, ofegantes, com os corações batendo num só ritmo acelerado.
O que se dizia após um sexo espetacular com aquele? Perguntou-se Sheridan quando, enfim, conseguiu raciocinar com clareza. Em especial com um homem que mal conhecia...                                                                   [...] — Ousa deixar um sultão falando sozinho?
— Você não é o meu sultão — replicou ela, zangada, mas a proximidade de ambos já lhe causava aquele calor indesejável.
— Talvez eu seja. Talvez eu seja o seu sultão, sim. — Rashid tirou-lhe o hijab da cabeça e, virando-a, encostou-a na parede. — Você é minha. — Pressionou-lhe o corpo com o seu. — E eu fico com o que é meu.
Rashid tomou-lhe os lábios de assalto, e ela se retesou determinada a lutar, a manter a boca fechada e resistir, a afastá-lo de si.
Mas não teve como oferecer resistência. Envolta por pura sensualidade, entreabriu os lábios, permitindo a invasão da língua dele, ciente do poder que exercia sobre ela. Logo, estavam trocando um beijo voluptuoso, faminto, repleto da tensão sexual acumulada durante dias de privação.
Sheridan jamais sentira um elo físico tão forte com um homem antes. Um elo que ia contra a razão e o bom-senso.
Rashid segurou-a junto à parede, roçando-lhe os seios com os polegares, e Sheridan sentiu os mamilos rijos de imediato. Ele abriu, então, os fechos do vestido dela, fazendo-o deslizar pelos ombros até o chão. Livrou-a da calcinha em seguida, e Sheridan levou as mãos até a calça que ele usava por baixo da túnica, ansiosa por tocá-lo com intimidade. Não demorou a envolvê-lo com as mãos quentes.
Mas Rashid não lhe deu tempo para acariciá-lo. Segurando-a pelas nádegas, ergueu-a de encontro à parede e penetrou-a.
— Sheridan... — sussurrou rouco de desejo. — Preciso de você.
— Beije-me, Rashid — suplicou-a, entregando-se com abandono à necessidade premente que a dominava.
Queria-o tanto.
Ele a beijou e começou a mover os quadris com uma arremetida mais rápida e intensa que a anterior, até que Sheridan explodiu em sensações naqueles braços ardentes. Quando os últimos espasmos de prazer a envolveram, Rashid também se deixou levar pelo êxtase, entregando-se por completo ao prazer. [...] Rashid a beijou de repente. Dessa vez, não parou. Beijou-a até que estivesse lânguida em seus braços e, em seguida, carregou-a até seu quarto. Despiu-a devagar, acariciando e beijando cada pedacinho de pele que ia revelando, até deixá-la trêmula de expectativa e suplicando por mais.
Fez amor com ela primeiro com os lábios, longa e docemente e, enfim, quando Sheridan foi tomada por deliciosos espasmos, posicionou-se entre suas pernas e penetrou-a. Ela o cingiu pela cintura com as pernas, arqueando o corpo, receptiva a cada arremetida.
A paixão se alastrou num crescendo, e seus corpos se moveram, frenéticos, em perfeita sintonia, até que o prazer se tornou tão intenso que Sheridan gritou o nome dele, e um êxtase simultâneo tomou conta de Rashid.
Enfim, ele rolou para o lado, e, ainda ofegante, ela se perguntou se a mandaria embora mais uma vez. Longos minutos se passaram em que permaneceram deitados lado a lado, em silêncio.
Enfim, Sheridan concluiu que talvez fosse melhor se levantar e ir. Tirar a decisão das mãos dele. Mostrar-lhe que não se importava com sua rejeição, afinal.
Sentando-se na beirada da cama, ela pousou os pés no chão e inclinou-se para recolher as roupas, com os olhos já ardendo. Depois de tudo o que Rashid dissera, agora era evidente que não se importava. Deixaria que se fosse dali como se, de fato, não desse a mínima.
Mas, então, ele se sentou ao seu lado, afagando-lhe as costas, envolvendo-a com seu calor.
— Não vá — pediu, e puxou-a para os seus braços.
E Sheridan se entregou com abandono mais uma vez.

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